domingo, 19 de fevereiro de 2012

Apocalipse

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     Ele abriu os olhos e contemplou o céu profundamente azul. Deitado em meio aquele mar de grama observou as nuvens que aqui e ali formavam animais e prédios diáfanos. A seu lado, deitada na macia toalha de praia, sua namorada adormecera.

     O piquenique fora ideia dele. A princípio ela relutara. Parecia uma ideia boba, mas agora que estavam ali,  sentindo um sol gentil sobre eles e o cheiro familiar da grama, ele sentia-se muito bem.

        Ela moveu-se suavemente e colocou a cabeça sobre o peito do namorado, aparentemente ainda dormindo. Ele sentiu o perfume frutado do shampoo que emanava dos cabelos negros da moça. O rapaz acariciou o rosto dela sentindo sua pele macia como as próprias nuvens. Aquilo o fez sentir um conforto enorme.

      O vento levantou um pouco o vestido florido da garota, mostrando um pouco das delicadas pernas da moça. O namorado sentiu-se sortudo quando ela se ajeitou a seu lado e abraçou sua cintura com uma daquelas belas pernas.

      Por um momento o rapaz pensou que se o mundo acabasse agora, ali, naquele momento de alegria e perfeição, ele estaria feliz. Ocorreu-lhe que aquele era um pensamento bobo e egoísta. Ao longe um trovão ribombou assustador.

      O homem pensou: será? Abraçou a namorada com força e carinho. Ela acordou dizendo:
       – Que tal irmos ao cinema? - e levantou com graça - estendo a mão pequena para ele. 
      Ao longe a tempestade reafirmou-se ameaçadora. Ele apertou com força a mão pequena da namorada e foram ao cinema, esperar o fim do Mundo.

FIM


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