sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Versos

Fast poetry
(Escrito em uma manhã fria de sexta-feira)


ONDE VOCÊ ESTÁ NESTA MANHÃ VAZIA?
POR ONDE ANDA NESTE MOMENTO SEM SENTIDO?
ESTÁ PERDIDA EM SEU MUNDO PRÓPRIO?
ESTÁ NUBLADA POR SEU PRÓPRIO CAOS?
HÁ NO CÉU UM PEQUENO SOL PÁLIDO,
TEIMOSAMENTE ILUMINANDO-A
E CANTANDO VERSOS SOLITÁRIOS

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Definição




Ainda não inventaram uma palavra para dizer o que sinto por você
Dizem que seria Amor,
mas o que sinto é tão grande que talvez "Universo" seja melhor

Ainda não inventaram uma palavra para descrever a falta que você me faz
Dizem que seria Saudade,
mas o vazio é tão grande que talvez "Escuridão" seja mais adequada

Ainda não inventaram uma palavra para cantar a alegria que sinto ao seu lado
Dizem que seria Felicidade,
mas é uma alegria tão grande que talvez "Divindade" seja a  ideal

Ainda não inventaram uma palavra para mostrar sua importância para mim
Dizem que não é possível fazê-lo,
mas creio que "Totalidade" serviria


sábado, 29 de setembro de 2012

Fuga

Fast poetry
(escrito em um sábado pela manhã)

O DIA ARRASTA-SE PARA A LUZ
LENTAMENTE ESCAPA DAS GARRAS DA NOITE
MAS MEU CORAÇÃO CONTINUA PRISIONEIRO

sábado, 22 de setembro de 2012

Ausência


Fast poetry
(escrito numa manhã de sábado)

Você não está aqui,
não está mais à distância de um sorriso
e sinto-me como uma peça que perdeu-se de seu quebra-cabeça

Você não está aqui,
não está mais à distância de um toque receoso e gentil
e sinto-me como se mãos delicadas houvessem escavado um buraco negro em meu peito
Sinto-me como se as estrelas fossem escorrer por ele

Você não está aqui,
não está mais à distância de palavras doces e sinceras
e sinto-me como se meu coração estivesse mudo

Você não esta aqui,
e sinto-me desnecessário



sábado, 8 de setembro de 2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Praias

Eu percebi,
por baixo destas ondas revoltas,
por baixo desta tempestade dos sentidos
Eu percebi você

Seu coração puro e ferido
Sua alma suave e ansiosa
Sua dignidade profunda

Sei da tormenta no seu espírito,
e enfrentaria estas águas bravias de bom grado
O risco vale a pena,
para alcançar  o continente de seu coração
Para tocar estas praias sagradas
o risco vale a pena






segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Caminhar

Suas pernas emergem ousadas do vestido florido
Como torres de mármore celeste elas guardam a entrada do Paraíso

Sua brancura perfeita rivaliza com o coração das divindades
Sua beleza luxuriante envergonha o espetáculo da Lua cheia

Você movimenta-se
Uma máquina mágica quebrando a monotonia
Seus músculos nadam sobre sua pele de maciez sobrenatural

Agora percebo,
neste momento é a dança sensual de seu caminhar
que coloca o Mundo em movimento




terça-feira, 28 de agosto de 2012

Porta

Crédito da Imagem:



Fast poetry
(Escrito numa tarde de terça-feira)

O silêncio chegou
Lentamente as estrelas apagam-se
Uma por uma elas dão adeus

Por fim aconteceu
O fim de tudo visita-nos
Não é mais um lenda em velhos livros sagrados

As pessoas não perceberam até ser tarde
As pessoas não se deram conta até que toda Arte morreu
Até que todo sonho de Amor exauriu-se

O caos impera lá fora
mas aqui dentro há uma certa paz
Em breve tudo se calará

Não mais rosas
Não mais brisas mornas
Não mais Beethoven

Não mais corações partidos
Não mais conflitos
Não mais noites frias

Agora já está quase terminado
O ruído lá fora quase calou-se
Não há mais estrelas em minha janela
A Lua há muito já partiu

Pergunto-me se é agora que a divindade irá se manifestar
Ouço batidas na porta
Corro a abri-la...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A Máquina

Crédito da Imagem:

Fast poetry
(Escrita em um ônibus numa manhã de segunda-feira)

As engrenagens cotidianas começam a girar novamente
E você já está capturado por elas
Os dias de darwinismo recomeçam
Você se pergunta de onde tirar forças para alcançar a próxima ilha
Mas não acha a resposta
Não há um amor para alimentar seu coração
Não há uma promessa de aconchego no retorno à casa vazia
Até seus sonhos o rejeitaram
Então você apenas deixa a máquina devorá-lo


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Descanso

Crédito da Imagem:


Fast poetry
(Escrito em um trem numa tarde de sexta-feira)

A esta hora a rotina das obrigações já começa a calar-se
A mundanidade cotidiana exaure-se

Há o cansaço grave de uma semana trabalhada
Há a esperança de armistício das batalhas diárias

Mas que paz o espera se sua vida resume-se à batalha cotidiana?
No fundo você teme este silêncio do repouso
Um silêncio que encobre o vagar de seus dias

Dias em que não há música
Dias sem um "eu te amo"
Dias sem dança
Dias sem sussurros afetuosos ao ouvido

Você apenas fecha os olhos
Imaginando canções silenciosas


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Entre (ou o Poema do Perdão)



Pode entrar,
As fronteiras estão desguardadas
Meu espírito está desarmado

Não repare nos pássaros silenciosos
Ou nas fogueiras apagadas
Ou nos relógios parados
Tudo isso apenas aguardava teu retorno

Sei que vens com o coração pesado de erros passados
Mas os rios de meus afetos continuam correndo
Os oceanos de meu perdão ainda cantam 
Apenas banhe-se neles

Sei que talvez leves algum tempo
para que te sintas livre para se aventurar nas montanhas de minhas emoções de novo

Pode entrar neste meu pequeno país com a certeza de que
que dentro destas fronteiras estarás sempre segura


domingo, 19 de agosto de 2012

Nostalgia

Crédito da Imagem:



Numa noite fria e amarga como esta lembro-me de seus olhos
Recordo-me das constelações brilhando no fundo deles

Nesta noite oca
lembro-me da sinfonia de sua gargalhada
tomando o ar
e devastando o silêncio e a tristeza

Neste instante sem abraços
seu perfume invade minha memória
e a imagem de sua silhueta refresca meu deserto

Numa noite fria e amarga como esta
remonto em meu coração o quebra-cabeça de nossos sentimentos,
as palavras dispersadas de nossas conversas procuram seus lugares

A memória do calor que você soprou em meu espírito ainda brilha teimosa

Esta pequena e mágica chama
é que torna as noites menos cruéis





sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Talvez



Fast Poetry
(Escrito no ônibus em uma sexta-feira)


Não desapareça na loucura do cotidiano
Não se deixe silenciar pela cacofonia diária
Não me deixe no vazio

Conceda-me ao menos um oi,
um bom dia,
ou um esperançoso talvez
Principalmente um esperançoso talvez

E com esta migalha de sua atenção
suportarei as banalidades ferozes de mais um dia


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Abraço Vazio

Fast poetry
(Escrito em uma manhã fria de segunda-feira)


Há esta revolta surda em meu coração
Um desalento que diz que tudo está errado

O curso dos rios está errado
A forma das nuvens está errada

Mas não há ímpeto em mim para lutar
Estou gasto
Meus sentimentos se esqueceram de existir,
depois de tanto tempo cantando sozinhos

Tantas esperanças tolas alimentadas,
Tanto Amor sem ter a quem abraçar

Agora já não lembro o que é nada disto
Só lembro-me do gosto do frio
Só lembro-me do ruído do vazio

sábado, 28 de julho de 2012

Cicatrizes

Crédito da Imagem:


Releio certos poemas meus como quem acaricia cicatrizes
São marcas de sentimentos fracassados
Histórias de batalhas perdidas

Tateio cada uma delas
Às vezes um gosto amargo invade minha boca
Noutras vezes, lágrimas ameaçam meus olhos
Ocasionalmente um sorriso tímido aparece no fundo de meu coração

Releio certos poemas meus como quem acaricia cicatrizes
Rostos que gostaria de esquecer me perseguem
E outros que gostaria de lembrar me escapam

Deslizo suavemente minhas mão sobre eles
e assustado percebo que alguns ainda não são cicatrizes
Alguns ainda são ferimentos abertos,
emoções quentes e intensas sangrando por elas

Fico em silêncio,
releio a poesia
e torço para que cada leitura seja menos dolorosa




quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ícaro



Fast poetry
(Escrito em um ônibus após um dia muito ruim)
Acho que não é bem poesia. Acho que está mais para prosa querendo ser poesia.


Ouço o som bruto e seco de asas partindo-se.

Elas se despedaçam lentamente
Eu já sentia o calor doce do sol,
já percebia as promessas profundas da Liberdade.

Havia tantas promessas em mim;

Havia tantos sentimentos poderosos;
Havia tanto Amor não partilhado;

Pronto. Lá se foi outro tanto da asa direita.

O céu permanece teimosamente azul ao redor de minha queda.
Terrível cair cercado de tanta beleza.

Agora outro pedaço da asa esquerda.

Caio, mas não sei se caio porque a cera derreteu,
ou caio porque a Esperança de voar se foi.

De fato caio.

Minhas asas partidas agora apenas pendem de mim como sonhos fragmentados.

O mar se aproxima.


Apenas fechos os olhos e lembro-me do sorriso de uma moça que conheci certa vez.

Um sorriso que me fez acreditar em coisas impossíveis.
Imagino que vou me afogar naquele sorriso eterno.

Subitamente finda a qued...



sexta-feira, 20 de julho de 2012

Peregrinos



A peregrina deixou sua pequena aldeia ainda jovem. Disse que gostaria de conhecer o Mundo e buscar as razões do afeto e do amor em ensinamentos profundos.

Quando ela partiu, outro jovem de sua aldeia a acompanhou. O rapaz sempre a admirara ao longe, mas a ideia de vê-la partir enchia seu coração de tristeza.

No começo ela não compreendeu bem aquilo. Ele sempre guardava uma certa distância, mas estava sempre lá, zelando.

Ajudava-a na busca por comida e abrigo. Nas noites frias, quando ela sentia o ânimo de sua busca amainar e a tristeza espreitava, ele contava histórias tolas do vilarejo para animá-la.

Ele a ouvia embevecido falar sobre sua busca da Verdade e do Amor e discutiam sobre os ensinamentos deste ou daquele mestre que haviam visitado.

Enfrentavam juntos os elementos, as estradas sombrias e os salteadores.

Certo dia chegaram a uma estrada bifurcada. Ela ouvira sobre a grande sabedoria dos mestres da região e vinhera em busca de seu templo.

Separando os dois braços da estrada estava uma modesta casa. A fumaça branca saia da chaminé e na pequena varanda um senhora estava sentada.

"Senhora", disse ela, "qual o caminho para o templo?"
A velha a olhou com olhos cansados e profundos.

"O que buscas, minha jovem?"

A pergunta a pegou de surpresa. Depois deste tempo todo, não sabia colocar sua busca exatamente em palavras.

"Tantos já passaram por aqui", a velha continuou,"buscando iluminação, sabedoria, segredos divinos e tantas outras palavras bonitas".

"A senhora vive aqui há muito tempo?", ela questinou.

"Muuuittto tempo."

A velha levantou-se um pouco da cadeira e olhou por cima do ombro da jovem.

"Quem é rapaz?", perguntou.

"Acho que posso dizer que é meu companheiro de viagem"
"E o que ele faz?", insistiu a ancião.

"Ele ajuda-me com coisas práticas, como a busca por comida ou abrigo".

"E o que mais?", insistiu a grisalha senhora.

"Dividimos o conhecimento que adquirimos,ele me anima com sua histórias, alegra-me com sua canções, me mantem no caminho com sua fé em mim.

A velha levantou-se e gritou para o rapaz:

"Qual o teu nome, meu jovem?"

Ele, ainda um tanto surpreso, gritou de volta, e sua palavras ecoaram ruidosas nas montanhas.
"Aí está minha jovem"

"Não entendi", disse ela.

"Eis o nome daquilo que procuras".

A Peregrina virou-se e encarou o rapaz profundamente.

Começou a andar em sua direção e ele recuou alguns passos. Ela insistiu até estar bem perto. Olhou-o novamente nos olhos e sorrindo o tomou pela mão, puxando-o para seu lado.
Em sua pequena varanda, a velha sorriu.

"Tomem o caminho da direita, meus jovens", ela disse.
"É este o do templo?", perguntou a Peregrina.

"Na verdade os dois são. Ambos irão levá-los a coisa assustadoras e belas, mas que sempre valem a pena"

Os Peregrinos se olharam, riram saborosamente e tomaram o caminho indicado.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Vontade


Quarteto I

Sinto vontade de me encolher em uma canto
e ficar em silêncio

Vontade de me esquecer de mim
e fechar os olhos fingindo que sou amado






Calor

Fast Poetry
(pensado embaixo do chuveiro, numa noite fria e em uma casa vazia)

Resisto a sair do chuveiro
A água quente desce por minhas costas,
e lembra-me de carícias esquecidas

Lá fora o frio me espera,
cheio de perguntas não respondidas,
repleto de sentimentos solitários

Sinto o calor sútil,
o zumbido do chuveiro elétrico abafa o ronco da solidão,
e por um momento esqueço-me de minha fragilidade

Então desligo o chuveiro,
tremo por um instante
e o frio me abraça


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Paisagem

Crédito da Imagem:




Ele aflora de um decote preciso
Aquele colo alvamente angelical

O decote como uma janela para uma paisagem de maravilhas semi-reveladas

Montanhas paradisíacas encobertas por nuvens de tecido

Apenas um relance do paraíso,
que esconde entre suas montanhas macias e abençoadas,
o tesouro que é aquele coração selvagem transbordando poesia




sábado, 14 de julho de 2012

Templo

Crédito da Imagem:



E o sonho fez-se carne
Quente,
Sensual,
Viva

Com olhos que exploram minha alma
e penetram suavemente minha consciência

E o sonho fez-se carne
Alguém singular,
com toda profundidade humana em seu coração

A divindade provou sua existência,
construindo um perfeito templo-mulher

Diante deste milagre,
arrebatado por esta beleza,
estou convertido

O sonho fez-se carne,
e meus medos queimaram no fogo deste arrebatamento


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Saudadoce

Crédito da Imagem:


A Musa me deu mais uma palavra e a acolhi neste poeminha.


Como me sentiria se o oceano evaporasse?
E se as estrelas sumissem?

Como me sentiria se a música morresse?
E se todos os livros se apagassem?

Como me sentiria se os anjos fugissem?
E se toda beleza silenciasse?

Eu sei como me sentiria
Seria como quando você está longe de mim
e sinto uma baita saudadoce


domingo, 8 de julho de 2012

Desconexo

Crédito da Imagem:


Pergunto-me se ainda há poesia em mim
Será que ainda tenho algo a dizer?

Às vezes minhas metáforas parecem gastas
como ruínas de civilizações pagãs

Meus sentimentos estão cansados
como um viajante atravessando um deserto sozinho

Há dias em que o silêncio é tão grande
que não posso ouvir a poesia no fundo de meu coração

Uma saudade imensa me assola
A saudade de um sonho

Converso apenas com meu reflexo em um espelho gasto
Gasto por tantas vezes refletir a ausência de um sorriso

Mas não tenho opção a não ser tentar escrever,
porque sinto estes sentimentos em mim tão imensos

É como se o peso deles fosse estilhaçar o Universo




Permitir

Crédito da Imagem:


Permita-me, apenas por um momento, acreditar que você também me ama
Então a aridez do cotidiano torna-se suportável
e resistir às injustiças da vida torna-se possível

Permita-me, apenas por um momento, acreditar que você também me ama
Então tenho uma razão para sair da cama nas manhãs frias e solitárias
e haverá um motivo para as horas passarem

Permita-me, apenas por um momento, acreditar que você também me ama
Então terei certeza que minha alma está viva
e que existe razão para ter fé em que coisas boas acontecem

Permita-me, apenas por um momento, acreditar que você também me ama
porque esta esperança torna minha vida melhor
mas esta certeza tornaria minha vida plena

sábado, 7 de julho de 2012

Dizer

Crédito da Imagem:


Descaradamente sentimental. Este é um daqueles poemas que é uma luta para escrever.
Cheio de dúvidas e hesitação. Por enquanto considero um rascunho.


De quantas maneiras posso dizer que a amo?
Há milhões de anos-luz daqui uma estrela se torna um buraco negro
e meu amor por você é tão forte que escaparia de sua atração

De quantas maneiras posso dizer que a amo?
Neste momento milhares de pessoas dizem lutar por causas que amam,
mas meu amor por você é muito mais puro,
porque ele é pura criação

De quantas maneiras posso dizer que a amo?
Agora mesmo milhões rezam para seus deuses,
e meu amor por você é tão grande que me religa ao meu

De quantas maneiras posso dizer que a amo?
Talvez se eu simplesmente disser o quê você me devolveu?

Você me devolveu a Esperança




Noturno

Crédito da Imagem:


Fast Poetry
(escrito em um ônibus e num sábado)
Não me lembro realmente de um sonho como este, mas gostaria.



No silêncio noturno eu sussurro baixinho que te amo
Você vira-se suave como um pôr-do-sol outonal
e sorri calorosa como um amanhecer de verão

Meu coração repete seu nome em cada batida
e esqueço todas as minhas cicatrizes

Seguro sua mão quente sob o lençol
e encostando minha cabeça em seu colo macio,
ouço seu coração bater,
Puro,
Quente,
Corajoso

Fecho os olhos, convicto da beleza da vida,
e acordo solitário em uma noite fria e vazia

Encolho-me, assombrado pela falta que seu coração me faz,
e tento dormir em vão


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Não Chore

Crédito da Imagem:


Não, não chore
Não chore porque seu sorriso é a resposta para todas as perguntas

Não chore porque quando você chora os anjos se enlutecem
mas quando você ri, Deus cria novas espécies de flores

Não chore porque sua Alegria afasta o mal de meu coração
Não chore porque o sal de suas lágrimas não é digno de tocar a perfeição doce de seu rosto

Não chore,
sobretudo,
porque seu choro devasta meu espírito
mas o brilho cristalino de seu regozijo revela o sentido da beleza na vida


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Plenitude

Crédito da Imagem:


Fast Poetry
(escrito em uma quinta-feira que era apenas uma quinta-feira)

Você é o ciclo pleno
A criação,
a destruição,
a ressureição de meus sentimentos
Um desafio da divindade ao Mundo vazio
Acredito na beleza,
acredito apenas porque você me diz que ela existe

É estranho mas,
certas coisas agora fazem sentido,
certas dores agora não parecem tão profundas
Eu fico quieto,
apenas tentando sentir sua presença,
lá fora,
neste Mundo louco
E percebo agora que é por isso que existo
Existo para perceber você
Existo para sentir sua plenitude


terça-feira, 3 de julho de 2012

Pequenas Coisas

Crédito da imagem: http://nocreditstock.deviantart.com/



Fast Poetry
(Escrito em um ônibus, numa terça-feira)



Eu me agarro às pequenas coisas:
A cor profunda de seus olhos;
O ritmo poético de seus quadris;
As linhas áureas de seu rosto

Eu me agarro às pequenas coisas:
A ênfase com que você diz certas palavras;
A suavidade de seus gestos;
As estrelas que escapam de seu sorriso

Eu me agarro às pequenas coisas:
Esperança;
Sonho;
Desejo

Sou um naufrágio na vida
e não quero afundar neste oceano gelado,
então me agarro às pequenas coisas,
e nado desesperadamente

Nado tentando alcançar a ilha do seu coração



sexta-feira, 29 de junho de 2012

Tambores



Fast Poetry
(escrito numa sexta-feira vazia)

Olho ao meu redor e nada vejo
Fecho os olhos e o silêncio me agarra
Estou vazio

O conteúdo de meus sentimentos escorre pelo chão
Tento juntar os cacos de esperanças

Meus olhos estão cheios de água
Frases desconexas de desencanto vazam para minha poesia

Vou enganar meu sentidos
Caminhar entre pessoas reais,
fingindo minha realidade,
disfarçando minhas lágrimas

Em algum lugar ouço risos distantes,
são como ecos de um mundo alienígena morto

A tristeza não se cala,
o som de seus tambores é tão alto
que já não ouço mais meu coração



Arte Sacra


Primeiro a borboleta sequestrou meus sentidos,
ela voou ousada no céu daquelas costas,
dando rasantes sobre os belos penhascos de seus ombros

Então as estrelas explodiram,
um Big Bang de beleza em um vazio de pele alva
De repente um Universo em chamas sossegou na maciez de sua pele

Por fim a Lua nasceu no oceano de suas espátulas
e ela transformou-se no próprio Luar,
etérea, mágica, sensual

Então toda aquela criação pousou tranquila e bela em suas costas

E meu olhar foi arrebatado
Lá estava, como um afresco no templo de seu corpo perfeito,
a tatuagem


domingo, 24 de junho de 2012

Seus Olhos

Crédito da Imagem:


Quando olho em seus olhos, eu me perco
Seu olhar contem tudo que realmente importa

Toda alegria e toda tristeza
toda esperança e toda frustração
todo amor e toda negação
toda beleza

Um todo que já não cabe em minhas palavras,
cabe em seus belos olhos

Quando olho em seus olhos, eu me perco
Perco-me tentado ler sua alma,
porque é neles que ela está escrita,
numa língua misteriosa e linda

Quando olho em seus olhos, eu me perco
Perco-me enquanto sonho acordado
Sonho que sou a visão que eles mais desejam,
embora eu saiba que não sou

Estou perdido na imensidão de seus olhos,
e já apaguei de meu coração o caminho de volta.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Escrevoando


Erato Muse of Poetry (c. 1870) 
by Edward John Poynter   


E a Poeta-Musa abre suas asas feitas de palavras
Cada pena um verbo, um substantivo, um adjetivo, uma ideia
Ela escrevoa, feminina-perfeição, ideal artístico, cruzando o céu azúlico
As pessoas lá embaixo sorriem, tomadas pela visão daquele lindo anjo literário
E cantam, repetindo a canção lírica que a Poeta-Musa escreve em seus corações  


terça-feira, 19 de junho de 2012

Poema às sardas/Poem for the Freckles


"Porque um rosto sem sardas é igual a um céu sem as estrelas"
Natasha  Bedingfield

Ali elas estão,
desafiando a brancura láctea de sua pele

Sardas audazes navegando em
esquadra no grande mar de beleza de seu rosto

Elas surfam nas ondas poderosas de cada sorriso seu

Guiando-se pelas constelações de seus olhos,
elas buscam a terra prometida de seu coração



English version:



Poem for the Freckles
 

There they are,
challenging the milky whiteness of your skin

Freckles boldly sailing

A fleet at a vast ocean of beauty
 

They surf in the powerful waves of your smile
 

Guided by the constellations in your eyes,
seeking the promised land of a pure heart

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Pássaro e a Pedra

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    Este continho tolo está em minha cabeça há tempos. Finalmente conseguiu escapar. É tremendamente sentimental e escrito direto, sem muita crítica.

      Era uma vez uma pedra que se apaixonou por um pássaro.
      Todas as manhãs a pedra, presa ao chão duro, admirava a ave no galho acima, cantando docemente e dançando, dourada como um pedaço de Sol.
      Certo dia um garoto apareceu e silenciosamente aproximou-se, observando o pássaro fazer seu ritual diário. Ele olhou por algum tempo e tirou algo do bolso da calça. O menino abaixou-se e tateando o chão pegou a pedra e colocou-a em seu estilingue.Finalmente a pedra percebeu o que estava acontecendo e fez todo esforço que podia para libertar-se do abraço daquela tira de borracha, mas foi inútil. Afinal era de sua natureza ser imóvel.
      Com um zumbido alto, num instante, a pedra estava no ar. Por um momento a pedra sentiu-se feliz. Por um instante a pedra foi pássaro.
      Percebendo que aproximava-se de sua amada ave, concentrou-se, fez todo esforço possível em sua condição de pássaro-pedra, sonhou que tinha asas e consegui mudar sua trajetória. Passou a um olhar de distância de sua adorada ave, próxima como nunca pode estar e respirou, com alívio ao conseguir errar o alvo.
      Lá embaixo o garoto soltou uma exclamação da frustração e voltou para casa.
      O voo da pedra-pássaro terminou ali perto. Ela caiu em meio ao mato. A ave, aliviada, mudou-se para um galho mais alto.
      De onde caíra a pedra não podia mais ver o pássaro, mas conseguia ouvir seu canto doce.
Mesmo triste a pedra sorria, lembrando-se do instante em que foi pássaro e que seu afeto lhe emprestou asas.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Silêncio

Crédito da Imagem:


Fast Poetry(escrita em um ônibus num dia dos namorados nublado)

Silêncio

O que fazer quando o Anjo se cala?
Então tudo que resta é o silêncio de sentimentos suspensos no ar

O que fazer quando a Beleza silencia?
Então tudo que resta é este gosto oco de solidão

O que fazer quando a Esperança não canta?
Então tudo que resta é a lembrança de sonhos

Eu não sei

Apenas sento-me no quarto escuro de meu coração,
em silêncio,
ouvindo a tempestade da vida lá fora


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Suavemente

Crédito da Imagem:


Fast Poetry:
(escrita em um feriado chuvoso e solitário)

Suavemente

Eu comecei a amar você suavemente
sem nem me dar conta

De súbito percebi que seu silêncio tornava o mundo vazio
De súbito percebi que sua ausência tornava a vida árida

Eu comecei a amar você suavemente
porque você é suave como o luar

De súbito me dei conta que tinha um coração de novo
De súbito ficou claro que ele não podia ficar sem você

Eu comecei a amar você suavemente
apenas porque sou capaz de sentir tudo de maravilhoso que você é
Mas será que você é capaz de perceber que ninguém a sente como eu?

Não sei


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Não posso



Não posso deixar de gostar de você,
como não posso deixar de admirar o brilho de estrelas esquecidas há anos-luz
Não posso deixar de gostar de você,
mesmo que meus sentimentos despenquem no abismo da não-retribuição

Não posso deixar de me apaixonar por você,
como não posso deixar de fechar os olhos na praia e ouvir a música do mar
Não posso deixar de me apaixonar por você,
mesmo que minhas juras se esfacelem contra uma parede de silêncio

Não posso deixar de amar você,
porque não consigo convencer meu tolo coração a abandonar a esperança
A esperança de ser amado e compreendido
Não posso deixar de amar você,
mesmo que seu coração habite terras distantes

Quando você me olha, com estes olhos profundos como lendas antigas,
sei que sou real,
e ouço a música de meu coração depois de tanto silêncio

terça-feira, 5 de junho de 2012

Chuva


Crédito da Imagem:

Fast Poetry:
(escrita na estação de trem durante a chuva, claro)


Chuva

A chuva insiste em encharcar o dia
e estranhamente me lembra do deserto
Lembra-me do deserto em meu coração

Mas quando você chove em mim
linda e morna como uma chuva de verão no Paraíso, 
meu espírito floresce de novo


quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Estrela


Para Aline Geovanna porque... bem, ela realmente é esta belíssima Estrela.



O belo Sol surgiu no horizonte
um acalanto de beleza e esperança para uma alma fraturada


O Sol canta sua poesia
e os ferimentos doem um pouco menos


O Sol sussurra seu encantamento
e a fúria das magoas se amaina


O Sol irradia seu sorriso 
e a solidão encolhe-se em um canto


A bela Estrela persiste em lutar contras as sombras do vazio
Ela arde em crença, beleza e criação
Ela é um antídoto contra o desespero


O brilho que ela emana é a lembrança que ainda há luz lá fora