A peregrina deixou sua pequena aldeia ainda jovem. Disse que gostaria de conhecer o Mundo e buscar as razões do afeto e do amor em ensinamentos profundos.
Quando ela partiu, outro jovem de sua aldeia a acompanhou. O rapaz sempre a admirara ao longe, mas a ideia de vê-la partir enchia seu coração de tristeza.
No começo ela não compreendeu bem aquilo. Ele sempre guardava uma certa distância, mas estava sempre lá, zelando.
Ajudava-a na busca por comida e abrigo. Nas noites frias, quando ela sentia o ânimo de sua busca amainar e a tristeza espreitava, ele contava histórias tolas do vilarejo para animá-la.
Ele a ouvia embevecido falar sobre sua busca da Verdade e do Amor e discutiam sobre os ensinamentos deste ou daquele mestre que haviam visitado.
Enfrentavam juntos os elementos, as estradas sombrias e os salteadores.
Certo dia chegaram a uma estrada bifurcada. Ela ouvira sobre a grande sabedoria dos mestres da região e vinhera em busca de seu templo.
Separando os dois braços da estrada estava uma modesta casa. A fumaça branca saia da chaminé e na pequena varanda um senhora estava sentada.
"Senhora", disse ela, "qual o caminho para o templo?"
A velha a olhou com olhos cansados e profundos.
"O que buscas, minha jovem?"
A pergunta a pegou de surpresa. Depois deste tempo todo, não sabia colocar sua busca exatamente em palavras.
"Tantos já passaram por aqui", a velha continuou,"buscando iluminação, sabedoria, segredos divinos e tantas outras palavras bonitas".
"A senhora vive aqui há muito tempo?", ela questinou.
"Muuuittto tempo."
A velha levantou-se um pouco da cadeira e olhou por cima do ombro da jovem.
"Quem é rapaz?", perguntou.
"Acho que posso dizer que é meu companheiro de viagem"
"E o que ele faz?", insistiu a ancião.
"Ele ajuda-me com coisas práticas, como a busca por comida ou abrigo".
"E o que mais?", insistiu a grisalha senhora.
"Dividimos o conhecimento que adquirimos,ele me anima com sua histórias, alegra-me com sua canções, me mantem no caminho com sua fé em mim.
A velha levantou-se e gritou para o rapaz:
"Qual o teu nome, meu jovem?"
Ele, ainda um tanto surpreso, gritou de volta, e sua palavras ecoaram ruidosas nas montanhas.
"Aí está minha jovem"
"Não entendi", disse ela.
"Eis o nome daquilo que procuras".
A Peregrina virou-se e encarou o rapaz profundamente.
Começou a andar em sua direção e ele recuou alguns passos. Ela insistiu até estar bem perto. Olhou-o novamente nos olhos e sorrindo o tomou pela mão, puxando-o para seu lado.
Em sua pequena varanda, a velha sorriu.
"Tomem o caminho da direita, meus jovens", ela disse.
"É este o do templo?", perguntou a Peregrina.
"Na verdade os dois são. Ambos irão levá-los a coisa assustadoras e belas, mas que sempre valem a pena"
Os Peregrinos se olharam, riram saborosamente e tomaram o caminho indicado.
Nhaw <3
ResponderExcluirLindo!
Muito obrigado, Dâmaris.
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