quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Pássaro e a Pedra

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    Este continho tolo está em minha cabeça há tempos. Finalmente conseguiu escapar. É tremendamente sentimental e escrito direto, sem muita crítica.

      Era uma vez uma pedra que se apaixonou por um pássaro.
      Todas as manhãs a pedra, presa ao chão duro, admirava a ave no galho acima, cantando docemente e dançando, dourada como um pedaço de Sol.
      Certo dia um garoto apareceu e silenciosamente aproximou-se, observando o pássaro fazer seu ritual diário. Ele olhou por algum tempo e tirou algo do bolso da calça. O menino abaixou-se e tateando o chão pegou a pedra e colocou-a em seu estilingue.Finalmente a pedra percebeu o que estava acontecendo e fez todo esforço que podia para libertar-se do abraço daquela tira de borracha, mas foi inútil. Afinal era de sua natureza ser imóvel.
      Com um zumbido alto, num instante, a pedra estava no ar. Por um momento a pedra sentiu-se feliz. Por um instante a pedra foi pássaro.
      Percebendo que aproximava-se de sua amada ave, concentrou-se, fez todo esforço possível em sua condição de pássaro-pedra, sonhou que tinha asas e consegui mudar sua trajetória. Passou a um olhar de distância de sua adorada ave, próxima como nunca pode estar e respirou, com alívio ao conseguir errar o alvo.
      Lá embaixo o garoto soltou uma exclamação da frustração e voltou para casa.
      O voo da pedra-pássaro terminou ali perto. Ela caiu em meio ao mato. A ave, aliviada, mudou-se para um galho mais alto.
      De onde caíra a pedra não podia mais ver o pássaro, mas conseguia ouvir seu canto doce.
Mesmo triste a pedra sorria, lembrando-se do instante em que foi pássaro e que seu afeto lhe emprestou asas.

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