sábado, 28 de julho de 2012

Cicatrizes

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Releio certos poemas meus como quem acaricia cicatrizes
São marcas de sentimentos fracassados
Histórias de batalhas perdidas

Tateio cada uma delas
Às vezes um gosto amargo invade minha boca
Noutras vezes, lágrimas ameaçam meus olhos
Ocasionalmente um sorriso tímido aparece no fundo de meu coração

Releio certos poemas meus como quem acaricia cicatrizes
Rostos que gostaria de esquecer me perseguem
E outros que gostaria de lembrar me escapam

Deslizo suavemente minhas mão sobre eles
e assustado percebo que alguns ainda não são cicatrizes
Alguns ainda são ferimentos abertos,
emoções quentes e intensas sangrando por elas

Fico em silêncio,
releio a poesia
e torço para que cada leitura seja menos dolorosa




2 comentários:

  1. Esse é o problema dos poemas, poesias, contos e desabafos passados. São como um machucado antigo, está ali e você sabe, ai vem alguém e joga sal e vinagre nela.

    O problema é quando você se torna viciado pela dor do sal e vinagre.

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  2. Oi Cristina. Obrigado por comentar.
    Sabe que já pensei em apagar alguns poemas ou mesmo as dedicatórias, mas não vou fazer isto. Escrevi os poemas para ela com todo coração e sinceridade.
    Tudo isto faz parte de mim agora.
    E também há as boas lembranças que fazem parte de tudo isto.
    E você está certa. Ficar viciado na dor é um risco.

    Por favor, fique a vontade para ler e comentar mais.

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